Grandes jogadorês-Laelson
Como em qualquer tasca que se preze, esta também recorda, entre dois goles numa mini gelada e em conversas acaloradas, grandes ou não tão grandes artistas do esférico que passaram pelos mal tratados relvados portugueses.
A esta viagem pela memória colectiva dos hinchas lusos a tasca orgulha-se de inaugurar o espaço, os grandes jogadorês.
Hoje falaremos de um dos expoentes máximos da qualidade futebolistica que o saudoso Campomaiorense nos trouxe.
A pacata vila alentejana de Campo Maior despertou do torpor cálido em que se encontrava com a chegada de José Laelson Lima de Cabral, no inicio da temporada futebolistica de 1997/1998. De aspecto franzino e com cara de sertanejo, Laelson, assim ficou conhecido para sempre no panteão futebolistico nacional, cedo mostrou que não vinha para cá, apenas para juntar algum peculio extra, que lhe permitisse comprar as cassetes dos seus artistas favoritos de Forró, que ouvia incessantemente em Porto de Caruaru.
As faixas laterais do campo eram o seu habitat natural, onde desbravava, em movimentos diagonais traçados a régua e esquadro, as mais apertadas malhas defensivas. Apesar da baixa estatura, Laelson fintava os encorpados adversários com as suas rápidas desmarcações, que lhe valeram um rendimento constante, de cinco a seis golos por época em Campo Maior.
Podem vir os cépticos dizer, que o super rendimento de Laelson, se devia ao inesgotável fornecimento de Café delta por parte da inefável familia Nabeiro, mas a esta vil acusação Laelson, respondeu com seis golos na ultima época em Campo Maior, numa equipa treinada por Carlão, o mago que num pontapé do meio da rua, em Estugarda, deixou cravado o seu nome na história do futebol português, mas como treinador, o unico feito siginificativo que alcançou, foi têr tido alguma semelhança com Johan Cruyff, quando ambos optaram pelos Chupas chupas, enquanto orientavam as equipas durante os jogos, como método para deixar de fumar.
Depois de Campo Maior, a carreira de Laelson entrou em declinio. Apesar da transferência para o Vitória de Guimarães, nunca mais conseguiu o brilhantismo conseguido em terras alentejanas. Talvez numa manobra de desespero, Laelson foi apanhado nas malhas do doping, mas era tarde de mais e a descida nunca mais parou. Laelson tornou-se então um trota país, á procura das diagonais perdidas, da velocidade enervante, mas nada já acontecia. Moreirense, Varzim, Atlético e finalmente o Oliveira do Hospital, marcaram a descida aos infernos e extinguiram a chama que outrora ardia e fazia tremer os defesas do principal escalão do nosso futebol.
Com trinta anos e a magia perdida, Laelson regressou ao Brasil, onde se tornou mais um jogador anónimo no subvalorizado campeonato pernambucano. Resta a Laelson, enquanto dá um pé de dança, ao som do forró, recordar os tempos em que o seu nome era referido no Domingo Desportivo...
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