Considerações politicas

Pouco se fala de politica nesta tasca, por isso resolvi tecer algumas considerações sobre o momento que atravessamos nesse campo.
Há pouco mais de um ano, o PS conseguiu a primeira maioria absoluta da sua história. A chefiar o governo ficou o engenheiro José Sócrates, que logo as más linguas de direita tentaram minar, passando o rumor da sua suspeita orientação sexual. Sócrates, ao ver o estado em que se encontrava as contas do país, deixado pelo noctivago Santana Lopes, viu-se obrigado a quebrar a promessa de não aumentar os impostos. O país protestou, mas o engenheiro albicastrense não vacilou e continuou a tomar medidas impopulares, mas que eram estritamente necessárias para não declararmos bancarrota. O funcionarismo publico, habituado a coça-los até ganhar ferida foi para a rua, protestar que estavam a mexer-lhes nos direitos e que isto e aquilo e aculoutro. Surpresa das surpresas a popularidade de Sócrates continuou em alta. Falando como cidadão é bastante mau ter que trabalhar até aos setenta anos, mas se isso me providenciar uma reforma eu não me importo.
Sócrates continuou a reformar. Todos os dias, novos projectos e novos objectivos se apresentavam. Até parecia que o país tinha finalmente um rumo e um objectivo. Em vez de um discurso da "tanga", o governo apresentava soluções e saídas para a crise, e mais importante de tudo, executava-as. A direita parecia atónita. O que é que vamos criticar?perguntavam-se incrédulos depois de três anos e meio no poder sem fazer absolutamente nada.
E as reformas continuam. Propostas para a simplificação burocrática, desaparecimento de organismos estatais que nada fazem, referendo sobre o aborto e possivelmente regionalização. Em trinta anos de democracia, nunca se tinha vista nada assim. Um governo que governa?Só pode ser brincadeira, quase de certeza.