Monday, September 12, 2005

A Filosofar...

Sinto que a vida me escorre das mãos como grãos de areia numa peneira. Os dias sucedem-se a uma velocidade vertiginosa, quase imperceptivel. Porque por vezes a velocidade do tempo, parece mais veloz que a velocidade da luz.
Este tempo que não para, é sobretudo cruel, porque sabemos que os melhores dias da nossa vida não se voltaram a repetir. São sobretudo esses que nos fazem falta, nunca aqueles que não queremos repetir. No entanto, aqueles que não quero repetir são os que se repetem mais amiude no tempo recente e no que há-de vir.
Quase licenciado, penso nos momentos que não voltarei a viver e que gostaria de viver eternamente, como a vida longe da protecção paterna. As noitadas com os amigos até ás tantas a beber, a falar e a fumar todo o tipo de substâncias fumantes. As conversas desconexas que só nós entendiamos. As horas infindáveis de pro evolution, acompanhadas da espera angustiante pelo próximo jogo. O rol de personagens que conheci e que nunca mais vou voltar a ver.
O tempo divide-se me ciclos e o ciclo da boa vida parece estar a terminar. Tento-me agarrar a ele com toda a força, mas já não consigo. As minhas expectativas empurram-me noutra direcção. No entanto, esses momentos e outros menos bons assolam-me o espirito levando ao meu rosto um sorriso de saudade e um sentimento de felicidade interior.
Sei que com todos os meus defeitos consegui algo, que pode não valer muito para os outros, mas para mim vale ouro. A vivência e as suas experiências, boas ou más, valem para mim, mais que dez milhões de euros.
Claro que há coisas que na linha do tempo que perduram e me perturbam. Voltar a viver com os pais, a vida sexual nula e falta completa de perspectivas de a ter a curto prazo, são sombras negras que emsombram o horizonte. Mas finalmente, também sei, que qualquer que seja o problema, decerto haverá uma solução, porque nesta vida há solução para tudo, menos para a morte.

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